Previsto para os dias 21 e 22 de março, evento acontece no Auditório Dois Candangos, na UnB, reunindo um público estimado em 300 pessoas, preocupadas com as consequências da degradação dos recursos naturais e hídricos, no território conhecido como RIDE-DF
Pouca gente sabe, mas o Distrito Federal é berço de centenas de nascentes. Aqui, correm águas de sete bacias hidrográficas, que contribuem para a formação dos maiores rios do Brasil e da América do Sul. Preocupadas com o avanço urbano e a degradação das nascentes que dão origem a todo este patrimônio natural, entidades socioambientais juntaram-se para promover um evento em defesa das águas, da vida e do futuro do Distrito Federal.
Promovido pelo Fórum de Defesa das Águas – articulação da sociedade civil que reúne setenta entidades de caráter socioambiental, que atuam no DF e em Goiás, no território conhecido como RIDE/DF -, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), a 1ª edição do Seminário Internacional Grito das Águas no DF pretende dar amplitude mundial a esta temática, nos dias 21 e 22 de março, das 8h às 18h, no Auditório Dois Candango, na Faculdade de Educação da UnB.
"A realização deste seminário impõe-se diante do quadro dramático em que se encontra a quase totalidade dos recursos naturais e hídricos no DF. Locais como Serrinha do Paranoá, Águas Emendadas, Bacia do Descoberto, Chapada da Contagem, rio Melchior, entre tantos outros, seguem seriamente ameaçados pela urbanização e ocupação inadequada do solo, consequências de políticas públicas pouco comprometidas com o meio ambiente e o futuro do Distrito Federal", afirma Lúcia Mendes, presidente da Associação Preserva Serrinha e coordenadora do Fórum de Defesa das Águas.
Segundo o ambientalista Marcelo Benini, coordenador do grupo Guardiães de Águas Emendadas (GAE), vivemos com a constatação da presença de substância química de potencial cancerígeno (Nitrato) acima do limite de segurança na água de Brasília, conforme relato do estudo Mapa da Água, elaborado pelo grupo Repórter Brasil, que reuniu testes feitos na água tratada pelas empresas e instituições responsáveis pelo abastecimento em todo o país. "Vale lembrar que o DF é território de grande relevância no contexto do bioma Cerrado, berço das águas e caixa d'água do Brasil. Aqui brotam nascentes que contribuem de forma decisiva para a formação das principais bacias hidrográficas do país. Bacias essas que, ao longo do território nacional, propiciam o abastecimento hídrico, atividades agropecuárias e industriais e a geração de energia elétrica, impactando a economia nacional e a vida de dezenas de milhões de brasileiros", complementa.
Na prática, o Grito das Águas do DF irá dialogar com a Conferência da Água da ONU 2023, que será realizada na cidade de Nova York, de 22 a 24 de março de 2023; com o tema de 2022 da UN Water / UNESCO (World Water Development Programme – WWAP), "Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível"; com a Década Internacional para a Ação "Água para o Desenvolvimento Sustentável" (2018-2028); com a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030; com o Quadro Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030; e com as metas do Acordo de Paris, todas iniciativas que colocam a regulação do clima e a água no coração das questões humanas contemporâneas.
ODS
"Água é o eixo central de um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com o ODS 6 – Água potável e saneamento -, estamos desafiados, sociedade e poder público, a assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos", explica Pedro Ivo, coordenador da Associação Alternativa Terrazul e um dos coordenadores do Fórum em Defesa das Águas.
As águas que nascem no DF alcançam terras muito além de nossas fronteiras e ganham relevância internacional. A nascente de Águas Emendadas está conectada ao sul com a bacia do Paraná e o estuário do rio da Prata, percorrendo os territórios da Argentina, Uruguai e Paraguai. E ao norte, conecta-se com as águas amazônicas, através da bacia Tocantins/Araguaia. Sendo assim, o Grito das Águas do DF organiza-se em forma de seminário internacional com espaço de fala para representantes da sociedade civil, dos poderes públicos distrital e federal e de organismos internacionais e representantes de embaixadas da América do Sul e Europa. Será dada ênfase aos relatos dos movimentos sociais e ambientais, atores que atuam em defesa das áreas de maior relevância e que estão em maior risco.
Desta maneira, o seminário será composto de painéis nos quais serão apresentados e debatidos diagnósticos, desafios, ameaças e soluções sobre as seguintes regiões produtoras de água:
• Águas Emendadas e as bacias do Maranhão e do São Bartolomeu
• Serrinha do Paranoá e o Lago Paranoá
• Rio Melchior e a Bacia do Descoberto
• Chapada da Contagem
"Ameaças comuns a todas as regiões produtoras de água, a ocupação territorial desordenada e a especulação imobiliária ganham ainda mais os holofotes diante do processo de revisão do PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF – em andamento. O viés desenvolvimentista e imobiliário que o processo de revisão vem apresentando até agora deixa os atores sociais e ambientais extremamente preocupados. O Grito das Águas do DF tem, portanto, o compromisso da ação e da continuidade", conta Lúcia Mendes.
A partir das atividades desenvolvidas nos dois dias de seminário, será elaborado um Manifesto das Águas do DF que, junto a todos os diagnósticos e documentos produzidos pelas regiões produtoras de água, será encaminhado à Conferência da Água da ONU 2023 e aos poderes públicos brasileiros nas esferas distrital, estadual (GO) e federal. Também será elaborado um calendário de ações para o ano de 2023.
Programação:
Dia 21/03 (Terça-feira)
Manhã
8:00 Credenciamento
8:20 Mesa de abertura
9:30 Coffee break – Mostra cultural das regiões produtoras de água
10:00 Apresentação sobre Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do DF
11:00 Dúvidas e debate
12:00 Almoço
Tarde
13:30 Painel sobre Mudanças Climáticas (Observatório do Clima)
14:15 Dúvidas
14:30 Apresentação da ANA (Projeto Produtores de Água)
15:00 Painel da região: Águas Emendadas
16:00 Debate
17:00 Coffee break – Mostra cultural e lançamento do livro Projeto Águas da Serrinha Paranoá – Oca do Sol
17:30 Apresentação da SEMA – DF (Projeto CITinova)
18:00 Encerramento
Dia 22/03 (Quarta-feira)
Manhã
8:00 Painel da região: Rio Melchior e Descoberto
9:00 Debate
10:00 Coffee break
10:15 Painel da região: Serrinha do Paranoá e Lago Paranoá
11:15 Debate
12:15 Almoço
Tarde
13:30 Painel da Região: Chapada da Contagem
14:30 Debate
15:30 Coffee break – Mostra cultural das regiões produtoras de água
16:00 Projeto Vida & Água para ARIS
16:30 Síntese dos debates
17:00 Apresentação da carta GRITO DAS ÁGUAS
17:30 Momento cultural com música
18:00 Encerramento
SERVIÇO:
Seminário Internacional Grito das Águas no DF
Quando: 21 e 22 de março de 2023, das 8h às 18h
Onde: Auditório Dois Candango, na Faculdade de Educação da UnB
Inscrições: https://sig.unb.br/sigaa/public/extensao/loginCursosEventosExtensao.jsf
Informações: (61) 98153-8399 / 99972-6192
Pouca gente sabe, mas o Distrito Federal é berço de centenas de nascentes. Aqui, correm águas de sete bacias hidrográficas, que contribuem para a formação dos maiores rios do Brasil e da América do Sul. Preocupadas com o avanço urbano e a degradação das nascentes que dão origem a todo este patrimônio natural, entidades socioambientais juntaram-se para promover um evento em defesa das águas, da vida e do futuro do Distrito Federal.
Promovido pelo Fórum de Defesa das Águas – articulação da sociedade civil que reúne setenta entidades de caráter socioambiental, que atuam no DF e em Goiás, no território conhecido como RIDE/DF -, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), a 1ª edição do Seminário Internacional Grito das Águas no DF pretende dar amplitude mundial a esta temática, nos dias 21 e 22 de março, das 8h às 18h, no Auditório Dois Candango, na Faculdade de Educação da UnB.
"A realização deste seminário impõe-se diante do quadro dramático em que se encontra a quase totalidade dos recursos naturais e hídricos no DF. Locais como Serrinha do Paranoá, Águas Emendadas, Bacia do Descoberto, Chapada da Contagem, rio Melchior, entre tantos outros, seguem seriamente ameaçados pela urbanização e ocupação inadequada do solo, consequências de políticas públicas pouco comprometidas com o meio ambiente e o futuro do Distrito Federal", afirma Lúcia Mendes, presidente da Associação Preserva Serrinha e coordenadora do Fórum de Defesa das Águas.
Segundo o ambientalista Marcelo Benini, coordenador do grupo Guardiães de Águas Emendadas (GAE), vivemos com a constatação da presença de substância química de potencial cancerígeno (Nitrato) acima do limite de segurança na água de Brasília, conforme relato do estudo Mapa da Água, elaborado pelo grupo Repórter Brasil, que reuniu testes feitos na água tratada pelas empresas e instituições responsáveis pelo abastecimento em todo o país. "Vale lembrar que o DF é território de grande relevância no contexto do bioma Cerrado, berço das águas e caixa d'água do Brasil. Aqui brotam nascentes que contribuem de forma decisiva para a formação das principais bacias hidrográficas do país. Bacias essas que, ao longo do território nacional, propiciam o abastecimento hídrico, atividades agropecuárias e industriais e a geração de energia elétrica, impactando a economia nacional e a vida de dezenas de milhões de brasileiros", complementa.
Na prática, o Grito das Águas do DF irá dialogar com a Conferência da Água da ONU 2023, que será realizada na cidade de Nova York, de 22 a 24 de março de 2023; com o tema de 2022 da UN Water / UNESCO (World Water Development Programme – WWAP), "Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível"; com a Década Internacional para a Ação "Água para o Desenvolvimento Sustentável" (2018-2028); com a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030; com o Quadro Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030; e com as metas do Acordo de Paris, todas iniciativas que colocam a regulação do clima e a água no coração das questões humanas contemporâneas.
ODS
"Água é o eixo central de um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com o ODS 6 – Água potável e saneamento -, estamos desafiados, sociedade e poder público, a assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos", explica Pedro Ivo, coordenador da Associação Alternativa Terrazul e um dos coordenadores do Fórum em Defesa das Águas.
As águas que nascem no DF alcançam terras muito além de nossas fronteiras e ganham relevância internacional. A nascente de Águas Emendadas está conectada ao sul com a bacia do Paraná e o estuário do rio da Prata, percorrendo os territórios da Argentina, Uruguai e Paraguai. E ao norte, conecta-se com as águas amazônicas, através da bacia Tocantins/Araguaia. Sendo assim, o Grito das Águas do DF organiza-se em forma de seminário internacional com espaço de fala para representantes da sociedade civil, dos poderes públicos distrital e federal e de organismos internacionais e representantes de embaixadas da América do Sul e Europa. Será dada ênfase aos relatos dos movimentos sociais e ambientais, atores que atuam em defesa das áreas de maior relevância e que estão em maior risco.
Desta maneira, o seminário será composto de painéis nos quais serão apresentados e debatidos diagnósticos, desafios, ameaças e soluções sobre as seguintes regiões produtoras de água:
• Águas Emendadas e as bacias do Maranhão e do São Bartolomeu
• Serrinha do Paranoá e o Lago Paranoá
• Rio Melchior e a Bacia do Descoberto
• Chapada da Contagem
"Ameaças comuns a todas as regiões produtoras de água, a ocupação territorial desordenada e a especulação imobiliária ganham ainda mais os holofotes diante do processo de revisão do PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF – em andamento. O viés desenvolvimentista e imobiliário que o processo de revisão vem apresentando até agora deixa os atores sociais e ambientais extremamente preocupados. O Grito das Águas do DF tem, portanto, o compromisso da ação e da continuidade", conta Lúcia Mendes.
A partir das atividades desenvolvidas nos dois dias de seminário, será elaborado um Manifesto das Águas do DF que, junto a todos os diagnósticos e documentos produzidos pelas regiões produtoras de água, será encaminhado à Conferência da Água da ONU 2023 e aos poderes públicos brasileiros nas esferas distrital, estadual (GO) e federal. Também será elaborado um calendário de ações para o ano de 2023.
Programação:
Dia 21/03 (Terça-feira)
Manhã
8:00 Credenciamento
8:20 Mesa de abertura
9:30 Coffee break – Mostra cultural das regiões produtoras de água
10:00 Apresentação sobre Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do DF
11:00 Dúvidas e debate
12:00 Almoço
Tarde
13:30 Painel sobre Mudanças Climáticas (Observatório do Clima)
14:15 Dúvidas
14:30 Apresentação da ANA (Projeto Produtores de Água)
15:00 Painel da região: Águas Emendadas
16:00 Debate
17:00 Coffee break – Mostra cultural e lançamento do livro Projeto Águas da Serrinha Paranoá – Oca do Sol
17:30 Apresentação da SEMA – DF (Projeto CITinova)
18:00 Encerramento
Dia 22/03 (Quarta-feira)
Manhã
8:00 Painel da região: Rio Melchior e Descoberto
9:00 Debate
10:00 Coffee break
10:15 Painel da região: Serrinha do Paranoá e Lago Paranoá
11:15 Debate
12:15 Almoço
Tarde
13:30 Painel da Região: Chapada da Contagem
14:30 Debate
15:30 Coffee break – Mostra cultural das regiões produtoras de água
16:00 Projeto Vida & Água para ARIS
16:30 Síntese dos debates
17:00 Apresentação da carta GRITO DAS ÁGUAS
17:30 Momento cultural com música
18:00 Encerramento
SERVIÇO:
Seminário Internacional Grito das Águas no DF
Quando: 21 e 22 de março de 2023, das 8h às 18h
Onde: Auditório Dois Candango, na Faculdade de Educação da UnB
Inscrições: https://sig.unb.br/sigaa/public/extensao/loginCursosEventosExtensao.jsf
Informações: (61) 98153-8399 / 99972-6192
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