Que tal adotar um pet? 33 animais estão à espera de um lar na Zoonoses


Cães e gatos chegaram ao órgão por medida judicial devido a maus-tratos ou por vínculo epidemiológico e já estão prontos para adoção

Entre os 33 animais à disposição, estão 19 gatos, vermifugados, vacinados contra raiva e testados contra leishmaniose, conforme o procedimento | Fotos: Lúcio Bernardo Jr.

Quem está planejando adotar um novo amigo pode procurar a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) de Zoonoses do Distrito Federal. Mais de 30 animais estão à espera de um novo tutor, para distribuir carinho e lambidas. São 14 cães e 19 gatos que chegaram ao órgão entre setembro de 2021 e março deste ano por determinação judicial devido a maus-tratos, ou por vínculo epidemiológico, em que há suspeita de oferecer risco à saúde pública. A Zoonoses só recebe animais por meio dessas duas formas, já que não atua como abrigo e não recolhe animais nas ruas. Segundo o gerente da Dival, Isaías Silva Chianca, o objetivo do órgão é um só: evitar a transmissão de doenças de animais aos humanos.

De acordo com o gerente da Dival, Isaias Chianca, “o ideal é não ter que receber nenhum animal, porque não temos estrutura ou protocolos para garantir o bem-estar e saúde deles. O nosso foco é outro, é evitar a propagação e a transmissão de doenças para os humanos”

“O ideal é não ter que receber nenhum animal, porque não temos estrutura ou protocolos para garantir o bem-estar e saúde deles. O nosso foco é outro, é evitar a propagação e a transmissão de doenças para os humanos”, afirma Isaías.

Em 2021, 496 animais chegaram ao órgão por determinação judicial ou por vínculo epidemiológico. Todos foram vermifugados, vacinados contra raiva e testados contra leishmaniose, conforme o procedimento.

No caso judicial, os bichinhos são levados para o órgão, em geral, quando há falecimento do tutor, interdição de espaços ou maus-tratos. Os animais, então, ficam em observação clínica por 10 dias para checar se há sintomas de raiva e são examinados contra a leishmaniose visceral. Caso não seja identificada nenhuma das doenças, recebem a antirrábica e o controle de vermes e carrapatos. Em seguida, são disponibilizados para adoção.

Já para os animais em que há suspeita de risco à saúde pública, geralmente cães agressores ou com sintomas de raiva, é preciso que haja um encaminhamento do Sistema Único de Saúde (SUS) ou um laudo emitido por médico veterinário. Com os documentos em mãos, os tutores ou pessoas afetadas pelos animais (que foram mordidas, por exemplo) podem levar os bichos a Zoonoses. No órgão, os animais passam por avaliação clínica e ficam em isolamento por, no mínimo, 10 dias, para acompanhamento de possíveis sinais clínicos de comprometimento neurológico. Sem sintomas da doença, o cachorro recebe a vacina antirrábica e pode ser retirado pelo tutor ou colocado para adoção.

A estudante Ana Cecília (22) adotou o cachorrinho Remy, que “hoje em dia é amado por todos, principalmente por mim”. Mas, para ela, adoção não é brincadeira: “Eu super-recomendo, mas só pra quem tem responsabilidade. Não adianta levar para casa, se não puder dar atenção”| Foto: Renato Araújo.

Porém, nos dois caminhos, se houver comprovação do contágio com a raiva, os animais permanecem no órgão, à espera da morte. Mas, uma boa notícia: os últimos registros do vírus em cães e gatos, no Distrito Federal, ocorreram em 2000 e 2001, respectivamente, e o único em humanos em 1979.

Para os pets com leishmaniose visceral, os tutores podem escolher entre o tratamento privado e a eutanásia, realizado pela Zoonoses. Em 2021, houve 204 eutanásias pela doença e, neste ano, até abril, foram 2. A doença é transmitida por um mosquito e não possui tratamento ou cura. Os principais sintomas nos pets são perda de peso, febre, crescimento exagerado das unhas, diarreia, entre outros.

Novo lar
Os 33 bichinhos disponíveis para adoção, atualmente, estão todos vermifugados e vacinados. Em 2021, foram adotados 125 cães e gatos na Zoonoses e, em 2020, 516 animais.

Um deles foi o cachorrinho Remy, escolhido pela estudante Ana Cecília Casada, de 22 anos. Surpreendida pela pandemia, o isolamento social e a saída do irmão mais velho de casa, ela precisou de uma nova companhia e o filhote caiu como uma luva. “Foi um alívio em meio a maluquice que a quarentena trouxe. Ele é muito brincalhão, carinhoso, um amigo de verdade. Claro, tivemos alguns probleminhas, porque ele é macho, então, gosta de demarcar território. Era xixi e cocô pra todo lado! Mas, valeu a pena. Hoje em dia ele é amado por todos, principalmente por mim”, revela Ana. Para a estudante, adoção não é brincadeira. “Eu super recomendo, mas só pra quem tem responsabilidade. Não adianta levar para casa se não puder dar atenção”, alerta.

Para levar um pet para casa diretamente da Zoonoses, é necessário ser maior de 18 anos e apresentar documento de identificação e comprovante de residência, além de coleira, no caso de adoção de cães, ou caixa de transporte, para gatos. Ao escolher o animal, o interessado recebe orientação completa de um servidor e assina o Termo de Guarda Responsável, assumindo o compromisso de prover todo o cuidado e assistência à saúde do animal.

Quem preferir, pode adotar por meio da ONG Amigos da Zoonoses, um grupo de voluntários cadastrados na Secretaria de Saúde do DF que cuidam da saúde e bem estar dos animais disponíveis para facilitar a adoção. Para isso, basta acessar o site Amigos da Zoonoses e responder um formulário com perguntas sobre como serão os cuidados e convívio com o cão ou o gato. Depois, junto com a equipe de voluntários, é realizada a adoção.

A Dival fica no Setor de Áreas Isoladas Norte (Sain), lote 4, Estrada do Contorno Bosque, Noroeste. O horário de visitação é das 10h às 15h, de segunda a sexta-feira.

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