A Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) é um tratamento indicado quando o homem tem uma alteração grave no espermograma
A infertilidade masculina também é uma questão a ser observada quando um casal tenta engravidar. Muito se fala da infertilidade feminina, que já é muito conhecida, mas em alguns casos a dificuldade de gestar pode estar vindo do parceiro.
Para alguns casos de infertilidade masculina grave existe uma técnica chamada Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), que pode permitir que esses homens possam ter filhos.
A ICSI foi desenvolvida na década de 1990 para auxiliar homens com baixa quantidade, má formação ou dificuldades de locomoção dos espermatozoides.
A técnica também pode ser utilizada dentro dos tratamentos de reprodução assistida, como a Fertilização in vitro para mulheres com idade acima de 38 anos, com baixa quantidade de óvulos onde o desempenho do tratamento não era bom. Outra possibilidade é quando na Fertilização in vitro convencional a taxa de formação de embrião é muito baixa, ou não ocorrem embriões formados na repetição do ciclo.
Como funciona a técnica de ICSI
A técnica consiste em extrair um único espermatozoide, de boa qualidade, que é injetado diretamente no óvulo, usando uma agulha de extrema precisão. Nesse caso é selecionado o espermatozoide com melhor motilidade e morfologicamente mais normal.
Nesta técnica é possível ver o espermatozoide com um aumento que permite avaliar mais detalhadamente suas características e selecionar os melhores para a reprodução assistida.
Aumento na taxa fertilização
De acordo com o médico especialista em Reprodução Humana, Dr. Pedro Monteleone, membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), quando essa técnica é utilizada dentro de uma Fertilização in vitro, a taxa de sucesso de formação de embriões aumenta de 60% para 80%.
“De cada dez óvulos que injetamos espermatozoide, oito viram embriões. A taxa de fertilização, de formação de embrião, a partir da tecnologia ICSI é maior que a de Fertilização in vitro convencional”, comenta o especialista.
O Dr. Monteleone, que publicou um estudo sobre a ICSI, em 2021, mostrando os benefícios e o aumento das taxas de fertilização, explica que esse tipo de tecnologia veio para ficar.
“A primeira publicação dessa inovação técnica foi em 1992, essa técnica revolucionou os resultados da reprodução assistida. Tanto que rapidamente foi difundida, logo após a publicação, o mundo inteiro já executava essa tecnologia, principalmente para fatores masculino graves. Com essa técnica, o recurso de melhora da qualidade dos nossos tratamentos foi exuberante. É uma tecnologia que ficou e hoje não há centro de reprodução humana que não a execute”, completa o especialista.
Sobre a SBRA:
A Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) representa, desde 1996, a maior parte dos centros que se dedicam à Reprodução Assistida no Brasil. Atualmente, as cinco regiões do Brasil possuem instituições associadas à entidade, que discute, pesquisa, capacita profissionais e participa ativamente da regulamentação do tema no país.
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