Hipertensão arterial está diretamente ligada a doenças cardiovasculares

 


Hipertensão arterial está diretamente ligada a doenças cardiovasculares

 

Semana em que traz o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial reforça a importância do diagnóstico precoce para controle da enfermidade que não tem cura e está, na maioria dos casos, relacionada a fatores genéticos

 

Considerada uma doença crônica e silenciosa, a hipertensão arterial (pressão alta), atinge cerca de 30% da população do país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A enfermidade é uma das principais causas para o surgimento de doenças cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC). Ela também está ligada à casos de insuficiência renal. Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, vale o alerta para o diagnóstico precoce e o início do tratamento, já que a doença não tem cura e sim controle. 

A hipertensão é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Na maioria dos casos, está relacionada com fatores genéticos, cerca de 90% dos hipertensos. Porém, de acordo com Alexandre Anderson, cardiologista do Hospital Brasília unidade Águas Claras/Dasa, ela também pode estar relacionada à obesidade, sono não reparador, tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. “Os hábitos de vida na infância e na adolescência, principalmente os relacionados à prática de atividades físicas e à escolha de alimentos saudáveis, podem determinar o surgimento da hipertensão arterial no início da vida adulta”, destaca o médico Alexandre Anderson.

Segundo o cardiologista do Hospital Brasília unidade Águas Claras, cerca de 70% dos hipertensos precisarão de associações medicamentosas para o controle da condição, de forma que o médico prescreva remédios para o melhor controle da pressão arterial. “Apesar de silenciosa, quando os níveis da pressão sanguínea nas artérias estão muito elevados, alguns sintomas podem aparecer como dor no peito, tontura, zumbido no ouvido e dor de cabeça. É preciso ficar atento”, destaca o especialista.

Exames para diagnóstico e avaliação

Uma forma rápida de avaliar se a pressão arterial está elevada é aferindo a pressão, por meio de um aparelho de medição automático.  Segundo a última diretriz da SBC sobre hipertensão, os valores de referência de pessoas consideradas normais seriam próximos de 12 por 8 – 120 por 80 milímetros de mercúrio (mmHg), e, considerados hipertensos, indivíduos com pressão acima de 140 por 90 milímetros de mercúrio (mmHg). Entre esses valores, seriam pessoas com pré-hipertensão.

“O recomendado é que pessoas acima de 20 anos, pelo menos uma vez por ano, verifique a pressão. Para os que têm histórico familiar, é recomendado aferir a pressão duas vezes por ano”, enfatiza Márcio Epifanio, cardiologista na área de diagnósticos da Rede Dasa Centro-Oeste (Exame Medicina Diagnóstica, Atalaia Medicina Diagnóstica, Cedic Cedilab Imagem e Laboratório e Laboratório Bioclínico).

O cardiologista destaca que, além do exame clínico periódico com um médico cardiologista ou clínico geral, existem exames, tanto laboratoriais como de imagem, ou mesmo os cardiovasculares (de complementação), que ajudam a detectar a doença e avaliar a causa.

Entre os exames que podem ser solicitados pelo médico estão os de bioquímica, com a coleta de sangue e/ou urina para avaliar os níveis de glicemia, colesterol, insulina, vitamina D e ferro, por exemplo. “Podemos assim, avaliar, por exemplo, as funções renais, hepática e até fazer o diagnóstico de algumas doenças, como o tumor que se origina nas células das glândulas adrenais (feocromocitoma) e que pode causar a hipertensão arterial.  Às vezes, só pelo exame de sangue, fazemos a suspeição dessa doença”, explica o cardiologista.

Segundo o médico, outro exame que também pode ser indicado na avaliação é o de imagem radiológica. Com ele, é possível verificar se há alguma lesão cerebral como a isquemia, causada pela hipertensão. “Há também o exame de tomografia de abdome, indicado para avaliar a parte renal e verificar se o feocromocitoma está presente ou não”, complementa o médico.

O cardiologista destaca também o exame de eletrocardiograma e a prova de esforço, quando é possível detectar problemas cardiovasculares, entre eles arritmias e, no caso específico da hipertensão arterial, observar a curva da pressão - se há uma resposta hipertensiva ao esforço.  “O eletrocardiograma é um exame muito importante, que a gente avalia não só se a pessoa se encontra com alguma arritmia, causada pela hipertensão ou pela doença cardíaca, como também detecta alguma suspeita de hipertrofia do coração e sobrecarga do átrio esquerdo. É um exame que deve ser feito de forma rotineira na avaliação”, explica.

Outros exames também indicados para avaliação do paciente são o doppler de artéria renal – indicado para excluir uma das causas da hipertensão arterial, que é a estenose da artéria renal. “O ultrassom de abdome também pode ser feito em conjunto, para avaliar se existe alguma lesão renal, tamanho e função dos rins e se há aneurisma de aorta”, destaca. 

Para finalizar, o especialista reforça a importância de realizar o ecocardiograma (ultrassom do coração). “É um exame extremamente importante, pois conseguimos avaliar se a hipertensão já causou algum dano no músculo cardíaco. Se já houve um aumento de cavidades e se há uma hipertrofia do ventrículo esquerdo e disfunção cardíaca. São várias informações que o ecocardiograma consegue fazer em um exame relativamente simples e sem danos ao corpo”, conclui o cardiologista Márcio Epifanio.


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