Projeto acontece desde 2002 e tem como objetivo conscientizar a população sobre o combate à violência doméstica
Ativo desde 2002, a Igreja Adventista do Sétimo Dia mantém um projeto de ajudar vítimas de violência doméstica e abuso sexual.
A iniciativa, intitulada Quebrando o Silêncio, é promovida anualmente em oito países da América do Sul, inclusive o Brasil.
O Quebrando o Silêncio também incentiva a realização de fóruns, feiras educativas, eventos e programações de combate à violência durante todo o ano, mas é no quarto sábado de agosto que acontece uma das suas principais ações.
Apesar de a cada ano esta campanha ter uma ênfase diferente, a essência consiste em conscientizar as pessoas sobre o respeito às mulheres, às crianças e aos idosos.
As mais de 300 congregações Adventistas do DF e Entorno já estão sendo incentivadas a participarem do projeto, que em 2021 acontece no dia 28 de agosto.
Anny Gill lidera as mulheres Adventista de todo o Planalto Central e salienta que diversas ações têm sido programadas, como passeatas, fóruns, escola de pais, eventos de educação contra a violência, entre outros. “Hoje mais do que nunca precisamos dar continuidade aos nossos esforços para apoiar as pessoas que sofrem com violência e abuso. Estamos escolhendo muito bem as nossas ações e planejando com carinho para que sejam realmente muito eficazes”, frisa Anny.
A campanha também utiliza revistas, materiais impressos, passeatas, palestras, carros de som e redes sociais para promover a prevenção da violência familiar.
A líder das mulheres adventistas para todo o Centro-Oeste do Brasil, Débora Ogalha, destaca que o principal objetivo do projeto é ajudar as vítimas a falarem sobre o assunto. “Entendemos que quando a vítima fala, se manifesta, protesta, ela inibe o agressor. O fim do silêncio das vítimas pode colocar um ponto final”, destaca a coordenadora do projeto.
A iniciativa também conta com líderes de congregações atuando em ruas e bairros, por meio de palestras com profissionais treinados a falarem sobre o assunto.
“Propiciamos conversas com psicólogos, delegados. Apresentamos testemunhos de pessoas que passaram pela situação, que foram ajudadas pelo projeto”, explica Débora Ogalha.
Em Novo Gama, a igreja Adventista do bairro Pedregal já está se organizando para as atividades. Todos os anos uma das atividades no local é uma carreata.
A coordenadora da programação, Alvany Fonseca, destaca que os carros serão enfeitados com balões, carros de som irão acompanhar o grupo, além de faixas com dizeres como Quebre o silêncio, Diga não à violência.
“A carreata terá cerca de 10km. Além disso também teremos palestras em escolas, associações, incentivando a denúncia de abusos. Quando identificamos um caso orientamos e encaminhamos as vitimas aos órgãos competentes”, conclui.
Projeto da Igreja Adventista virou lei no DF
No Distrito Federal, a iniciativa ganhou ainda mais visibilidade após sanção do Projeto de Lei (PL) 6727/2020 por parte do governador Ibaneis Rocha (MDB).
O PL, por sua vez, é de autoria do vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado Delmasso (Republicanos).
O parlamentar criou a Semana Quebrando o Silêncio após tomar consciência da iniciativa da Igreja Adventista por meio de uma assessora que congrega na comunidade.
Desde então, a campanha de conscientização no combate à violência contra crianças, mulheres e idosos foi incluída no Calendário Oficial do Distrito Federal, com realização sempre na última semana de agosto.