Oito perguntas sobre hipertensão na gravidez

  

Foto Daniel Reche


Oito perguntas sobre hipertensão na gravidez

 

Especialista alerta sobre cuidados e perigos da pressão alta na gestação

 

A partir da 20ª semana de gravidez, a mulher deve estar atenta à própria pressão arterial. É neste período que ela pode sofrer com a chamada pré-eclâmpsia, ou hipertensão na gravidez. De acordo com o Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é caracterizada pela pressão arterial superior a 140/90 mmHg. A condição pode afetar tanto a gestação quanto deixar sequelas no bebê.

Não é incomum que a gravidez altere o funcionamento natural do corpo. Entretanto, o período pode gerar desconfortos e consequências graves tanto para a mãe quanto para o bebê. 

 

Abaixo, o ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília Matheus Beleza responde oito perguntas sobre a hipertensão na gravidez. Confira:

 

As grávidas estão mais suscetíveis a ter hipertensão?

Não, a gestação isoladamente não deve ser considerada como um fator de risco para hipertensão. No entanto, existe uma condição exclusiva da gravidez e no puerpério em que a gestante desenvolve hipertensão, a chamada pré-eclâmpsia.

 

As mulheres que eram hipertensas antes de engravidar devem tomar algum tipo de cuidado durante a gestação?

Sim! As gestantes que engravidam já hipertensas devem manter cuidados de controle da pressão mais estritos na gestação. Nestes casos geralmente é necessário que seja avaliada a troca ou ajuste de dose da medicação, que sejam feitas aferições mais frequentes, que haja controle cuidadoso do ganho de peso e prática de atividade física, entre outros cuidados relacionados ao desenvolvimento e avaliação do bem estar fetal.

 

Os bebês podem ser afetados pela pressão alta?

Sim! Alterações na pressão materna podem afetar diretamente a placenta e consequentemente a chegada de nutrientes e oxigênio para os bebês, afetando seu ganho de peso e bem-estar.

 

Como evitar a hipertensão na gravidez?

Todas as gestantes devem ser submetidas ao rastreamento de Pré-eclâmpsia, recomendado ainda no primeiro trimestre. Nesta ocasião são avaliados fatores de risco materno, antecedentes familiares, pressão arterial no momento das consultas. A avaliação do fluxo de sangue nas artérias uterinas também deve ser realizada por meio da ultrassonografia. De acordo com o resultado desta avaliação serão passadas as devidas orientações que variam desde medidas comportamentais, até medicamentos destinados a diminuir a incidência da doença.

 

Qual o tratamento para hipertensão na gravidez? É necessário continuar o mesmo tratamento depois do parto?

O tratamento varia de acordo com o momento do pré-natal ou nascimento, intensidade dos sintomas e capacidade de regular os níveis da pressão arterial. Geralmente estes cuidados são recomendados após o parto, até que se retorne às condições de antes da gestação.

 

A gestante precisa do acompanhamento de um cardiologista?

Os obstetras estão aptos a realizar o seguimento dos distúrbios de pressão durante a gestação. No entanto, o seguimento em conjunto com o cardiologista permite uma assistência mais completa e cuidadosa, especialmente em casos graves. 

 

Em qual idade é mais provável ter hipertensão na gravidez?

Os extremos de idade para gestantes (antes de 18 anos e acima de 35 anos) são considerados fatores de risco para os distúrbios de pressão durante a gravidez e portanto, as idades de aparecimento mais frequentes.  

 

Pré eclâmpsia e hipertensão são a mesma coisa?

Não! A pré-eclâmpsia é uma condição exclusiva do período da gravidez e do puerpério que cursa essencialmente com pressão alta, mas que possui origem, tratamento e outras manifestações diferentes da pressão alta isoladamente.


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