A W3 Sul é a avenida comercial mais antiga de Brasília está sendo totalmente reformada. A cada final de semana, a via está recebendo mais cliclistas, corredores e famílias, o projeto de lazer vem sendo sucesso de público
Foto: Acácio Pinheiro.
A uma das avenidas mais tradicionais para o comércio e para a população de Brasília. Com o passar dos anos, a localidade perdeu movimento. Um ponto bastante discutido para movimentar o local é a questão do fechamento das pistas para trânsito de veículos da altura da Quadra 503 até a 515, exclusivamente para a circulação de pedestres em atividades esportivas e de lazer. A iluminação da via W3 Sul e Norte foi totalmente revitalizada. Foram realizados serviços de instalação e substituição de luminárias de LED e postes de luz, além da instalação de disjuntores, pintura de postes e construção de redes de duto.
A avenida W3 esta sendo fechada nos finais de semana e feriados com a intenção de melhorar a qualidade de vida da população e de aquecer o comercio da região. Após ser estuda e aprovada pelo governador Ibaneis Rocha o projeto de revitalizar a W3 Sul, a população já está sentindo o impacto dessa mudança que mesmo sendo gradativa já está fazendo diferença.
Para os moradores, o descanso sonoro está sendo muito bem vindo, já que os ônibus tiveram sua rota mudada com o fechamento das quadras 503 até as 515 sul. Sem circulação de ônibus, carros e motos - exceto os carros e motos dos moradores da região -, já dá para perceber a diferença do antes e depois da reforma que está apenas começando.
Foto: Acácio Pinheiro.
Quem já comemora essas mudanças é o senhor José Américo, líder comunitário de 65 anos e morador da W3 há 46 anos, ele ressalta que até a estrutura das casas estão se beneficiando com a diminuição dos impactos dos automóveis que passam nas ruas. ¨Eu estou muito satisfeito com essas mudanças porque é para melhor, e acredito que 99% dos moradores dessa região e os comerciantes também estão felizes com essa reforma, porque poderemos ver nossa avenida bonita como era antes. Moro na 700 em frente à avenida. Foi colocada em prática a iniciativa, hoje o governo está com esse projeto. Vimos alguns resultados e estamos confiantes que o projeto vai revitalizar a avenida. As pessoas precisam voltar a frequentar a W3 Sul, pois ela é um marco para nossa Brasília”. Comentou.
A Subsecretária de Políticas Públicas da Secretaria de Governo, Meire Mota, é quem está orientando a população para que eles saibam como vai funcionar essas mudanças na W3. A ideia é que os comerciantes aproveitem essa temporada de reforma para que eles também possam mudar a fachada das suas lojas, seus comércios e assim a avenida ficará de cara nova em todos os ângulos.
De acordo com Davi Brussolo, Presidente da Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais no Distrito Federal - ABRASSP/DF, a ideia da avenida é trazer de volta o glamour da avenida. “Eu sou veemente a favor, venho lutando por esta conquista há décadas e agora que conseguimos, lutaremos por esta benção que é a W3 do lazer. A ideia é valorização da avenida e trazer o glamour que a avenida merece com revitalização e volta dos lojistas”.
O presidente ainda disse sobre a questão do dinheiro circular no comércio local. “A abertura já acontece há alguns meses e tem o apoio e incentivo de 97% dos moradores e lojistas, só que como tudo na vida, precisa de mais tempo para ganhar mais adesão. Aos poucos, bares, restaurantes, mercearias, padarias já estão abrindo, mas a ideia é abertura e revitalização de toda a W3, todos vão se beneficiar, pois esta ação trará entretenimento, segurança e irá girar a economia da cidade”, conclui.
Para Judite Balbi, 81 anos, a iniciativa do Governo do Distrito Federal foi importante, pois proporcionará mais qualidade de vida para os moradores da região. "Sempre faço caminhadas, mas antes, não tínhamos um espaço próximo para realizarmos as atividades. Quem reside perto do Parque da Cidade, por exemplo, pode ir. Contudo, nós que vivemos nesta área, ficávamos sem opção nas redondezas. Então, como fã da W3 e moradora da área, estou amando", afirma a servidora pública aposentada.
Ciente dos problemas, a Fecomércio-DF vem discutindo a revitalização da via há tempos. A Câmara de Economia Criativa da Fecomércio-DF, tem participado dos debates, junto com as equipes da Secretaria de Governo e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação. O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, diz que a entidade apoia o projeto, desde que os comércios fiquem abertos para estimular o setor produtivo brasiliense. “As pessoas estão circulando na avenida, que ficava deserta aos finais de semana. Vemos com bons olhos essa ação de retirar os carros e privilegiar os pedestres e as atividades culturais e criativas, mantendo o comércio aberto”, diz Francisco Maia.
Foto: Acácio Pinheiro.
O vice-presidente da Câmara de Economia Criativa, Miguel Galvão, que participa das rodadas de conversa com o GDF, reforça que há um eixo de recuperação do logradouro público. Segundo ele, manter a avenida aberta para pedestres nos finais de semana estimula as atividades físicas e o contato com o comércio, e por consequência, existe uma redescoberta por parte da população com o local. “Agora, já estamos discutindo ações mais conceituais e profundas: como entender quais segmentos de negócio precisam ser estimulados a ir para W3, o que fazer com as bancas de revistas, como padronizar os quiosques já instalados, desenvolver políticas fiscais, mapear quais imóveis de propriedade do GDF e Governo Federal estão subutilizados e podem dar espaço a novos negócios. Se conseguirmos tirar do papel dois terços dessas ações, já será um respiro e tanto, podem apostar”, destaca Miguel.
Para o presidente da Câmara de Economia Criativa, Pedro Affonso, a ideia de liberar o espaço para a prática de atividades deixa o local mais amigável, além de incrementar o fluxo de pessoas na avenida “Acaba-se criando uma sensação de redescoberta, por parte da população. Com isso, também se cria um fator agregador para a economia. A ocupação, de forma criativa, é uma importante estratégia de revitalização. Trazer pessoas gera uma nova dinâmica, que pode mudar o cenário da localidade”, informa Pedro. “A Câmara, por meio do Miguel, está dialogando com o governo para elaborar alternativas com o intuito de melhorar a W3: com equilíbrio entre a cultura, o comércio e a população”, finaliza.
Maria Tereza Moulaz é proprietária do Mercado do Café, que fica na 509 Sul e viu na reestruturação da W3 uma oportunidade de cativar mais público. Antes da abertura da avenida aos domingos para pedestres, o café funcionava de segunda-feira a sábado, mas tiveram que mudar a agenda por causa da novidade. “Agora com a abertura para pedestre aos domingos, nossa casa se tornou um atrativo para as pessoas da vizinhança. Quando as pessoas nos visitam durante a semana, elas apreciam o lugar com mais pressa. Aos domingos, elas aproveitam de fato a casa. Tem sido mais especial. Hoje vemos famílias caminhando, compartilhando um momento de lazer. Essa abertura trouxe vida para a avenida, as pessoas param na porta e dão bom dia, existe mais proximidade com as pessoas”, conta. O estabelecimento criou até um menu especial para os domingos.
Segundo Paulo Melo, prefeito da W3 Sul, a W3 ganhará uma nova vida. “É importante que o comércio abra para que possa promover a w3 sul como um centro de compras. Ao mesmo tempo também organizar um circuito de bares e restaurantes, dessa forma combinado com esporte, cultura e compras, a W3 Sul será realmente a mais importante via do DF. A via precisa ter lojas ancoras, para que a população do DF tenha a cultura de comprar com esporte, lazer e cultura, tudo isso em só lugar”, argumenta Paulo Melo.
Foto: Acácio Pinheiro.
Corredor cultural
A Fecomércio-DF criou um projeto para elaborar um corredor cultural que vai da 504 Sul, na sede do Sesc, até a 508 Sul. “Teremos feira de gastronomia, artesanato, feira de produtos agrícolas e apresentação de bandas. Tudo isso com o intuito de o brasiliense voltar a ter uma intimidade com a avenida e com o comércio local. Estamos discutindo esse projeto desde o começo do ano, ainda não foi implantado por causa da pandemia, mas já está bem avançado”, informa Francisco Maia. A sede do Sesc, da 504 Sul, também receberá uma reforma para melhor atender a população.
Além da reforma por completo da instalação, a sede ganhará um café literário. De acordo com a diretora de programas sociais do Sesc-DF, Nina Fontes, as obras devem começar até o final do ano. “Vai ser um ambiente muito bonito. Queremos ser referência em Brasília para quando a população quiser tomar um café de qualidade. Também queremos promover a cultura do local para a população neste espaço da W3 Sul”, explica Nina.
Mas nem todos estão se agradando da novidade, existem grupos de comerciantes que alegam falta de clientes com o fechamento da avenida, e comerciantes de outras regiões como os que tem shopping que receiam a falta desses mesmos clientes em seus estabelecimentos caso a W3 chame muito a atenção da população pela tranquilidade de poder passear com segurança e tendo opções de diversão ao ar livre e ainda podendo usufruir dos comércios como padarias, lanchonetes e restaurantes abertos nos fins de semana.
Além de servir como mais um espaço para o lazer dos moradores do Distrito Federal, o fechamento da W3 Sul aos domingos e feriados tem o objetivo de retomar a importância comercial de uma das vias mais antigas da capital. A ideia de realizar eventos culturais e gastronômicos teve que ser adiada devido à pandemia do novo coronavírus, mas comerciantes e moradores acreditam que, aos poucos, e adotando todas as medidas de segurança, será possível recuperar a economia local.
Fotos: Acácio Pinheiro.
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Jornalista Rainne Figueiredo
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